Oi mores que passam pelo Baú, tudo bem?
Hoje vamos falar sobre cuidados com os pés, afinal ter a pele dos pés saudável, sem rachaduras nos calcanhares, é uma maravilha, concorda? ♥
A pele dos pés, na região plantar (da sola), tem em média seis milímetros de espessura e é composta pela epiderme, com uma área que tem mais queratina (proteína morta), por isso é mais espessa, segundo a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD). Mas, mesmo que esteja densa demais, lixar – principalmente com lixas elétricas – não é uma boa opção: “Quanto mais agressivo for o quadro de esfoliação, maior será o rebote produzido pela pele, com uma resposta natural do corpo de espessamento ainda maior. As lixas elétricas são altamente prejudiciais”, explica. “Além disso, num primeiro momento, nós podemos perder a capacidade natural de autoproteção, tirando também o estrato córneo natural que protege os pés, o que abre a porta de entrada para fungos e bactérias, além de aumentar a sensibilidade, e ajudar no desenvolvimento de dermatite irritativa ou de contato”, alerta. A retirada de camadas ou de áreas mais grossas da pele com lâminas ou aparelhos elétricos também não é recomendada.
A dermatologista recomenda o uso de esfoliantes naturais para resolver o problema da pele da região mais áspera, grossa e esbranquiçada, por conta do acúmulo de queratina. “Uma vez que a região da planta dos pés suporta todo o peso do corpo e, além disso, faz atrito constante com o solado dos calçados, que muitas vezes é constituído por substâncias sintéticas ou couro sintético, ou mesmo os pigmentos presentes nesses materiais, isso acaba provocando um quadro de irritação com tentativa natural de espessamento para autoproteção”, destaca.
Segundo a dermatologista, a esfoliação natural é a melhor forma para resolver o problema com a pele dos pés mais grossa. “Antes de esfoliar, os pés devem ser embebidos numa solução que pode ser de água com uma mistura de óleos, ou mesmo com alguns extratos naturais (de mentha piperita, de hortelã, de óleo de alecrim ou de amêndoas) e só depois fazer a esfoliação, em movimentos circulares e na região do dorso e da planta dos pés, e posteriormente a hidratação”, recomenda. “Os pés úmidos facilitam a retirada do processo das células mortas, ou seja, a queratina. E não há a possibilidade da machucadura, uma vez que, com a pele úmida, há um processo melhor de esfoliação e depois de hidratação.” A pedra pomes úmida pode ser usada em alguns casos, segundo a médica, para que sejam retirados somente os espessamentos necessários.
Solução caseira – “Podemos usar sal grosso, numa emulsão com óleos naturais, ou mistura de açúcar com mel para fazer a esfoliação e logo depois o uso de um bom creme hidratante à base de lanolina, vaselina, manteiga de karité, Vitamina E, Pro Vitamina B5 e a ureia. É fundamental fazer hidratação reparadora e compensatória para evitar que haja o efeito rebote”, detalha.
Outros problemas – “Além disso, muitas vezes percebemos a descamação que pode ser causada apenas pelo processo de secura excessiva, mas muitas vezes pode ser devido a uma alteração muito comum na planta dos pés chamada desidrose, ou um processo de doença desidrótica. Ela ocorre por uma hipersudorese local que provoca um quadro de dermatite de contato, que pode ser contaminado secundariamente por fungos e bactérias. Apenas a questão da planta dos pés estar esbranquiçada, na maioria das vezes, não é sinônimo de doença, mas de falta de hidratação. Quando isso ocorre de uma maneira progressiva, a pele pode ficar mais áspera, mais rugosa e com a formação de pequenas fissuras, principalmente na região dos calcanhares. Por isso, a esfoliação e hidratação são fundamentais”, finaliza.
Então, nada de ficar lixando os pés se a pele do calcanhar estiver grossa, hein? Use só um esfoliante natural que está bom demais.
Bjks,
Giane Carvalho
Fonte: Dra. Claudia Marçal
Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.